quarta-feira, 20 de abril de 2011

Acaso Inevitável - Parte 2


    Tentei não deixar transparecer meu medo, por está sozinha numa rua deserta e mal iluminada e com dois psicopatas atrás de mim.
_Oque querem ? Fui logo perguntando, me encorajando de uma maneira espantosa, como eu nuncatinha feito. Ao que eles me responderam:
_você, boneca !
    Fiz cara de desentendida, me tremendo por dentro, e virei a cara. Mas eles não se deram por satisfeitos. Um seguros meu braço e outro enfiou uma espécie de lenço na minha boca, provavelmente para me fazer calar. O lenço cheirava mal e tinha um sabor salgado.
Eles me carregaram e eu não fui contra. Mantive-me calma, mesmo com o coração saindo pela boca. Puseram-me numa caminhonete espaçosa e acelelaram, cantandp pneu.
Chegando em algum lugar fizeram questão de tirar-me um lenço. Mas não tiraram a venda. Meus gritos de dor os instigavam davam-lhes prazer.
    Lembro que dali não saímos. Só que pararam a caminhonete em algum lugar deserto, onde eu sentia cheiro de mato e ouvia cantos de grilos. Abriram com força as minhas pernas e cada um segurava uma. Eu não lutei, pois sabia que de nada adiantava. Deixai que eles fizessem o que estavam pretedendo.
    De fato, gritei bastante, pois seus movimentos eram brutos e fortes. Achei que ia morrer. Na verdade era o que eu queria naquele momento. Assim não sentiria nada. Mas quanto mais eles faziam, mais parecia não ter fim. E o meu corpo suado e sujo, já fraco diante daqueles que me violentaram. E eu pensava em tantas coisas...
    Tentava pensar em algo bom, mesmo naquela situação.
Eu vi rosas, arco-íris, paisagens bonitas, sol, mar... Fechava os olhos para realidade, que era fria e crua. Rezei e me sentir um pouco mal, por rezar só em momentos ruins. Queria uma ajuda pois aquilo era desesperador. Queria sair viva, mesmo sabendo que aquilo ia me perseguir durante toda minha vida.
    Acordei no chão seminua, com a roupa rasgada. Eu estava em um deserto, cercado por mato. Ainda sentia dores em todo meu corpo. Eu estava em uma situação infeliz e não sabia sair dali. Então andei sem rumo, sem saber para onde ir. Depois de muito andar encontrei em um riacho. A água me parecia limpa e nela mergulhei. Naquele riacho eu não limpei apenas o meu corpo e sim a minha alma, que estava suja e comrrompida.
    Arrependo-me de ter saído de casa e ter voltado aquela hora. Mas quando algo está predestinado para acontecer não podemos negar. E vou levar isto comigo até meu coração parar de bater.

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