quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acaso inevitável - Parte 1

    Eram 21 : 00 horas e as ruas já estavam desertas. O ônibus que eu tinha pegado estava lotado, apesar da hora. Desci rapidamente e sozinha. Para meu azar ninguém do mesmo ônibus descia na mesma parada que eu. Fui andando pela calçada do lado esquerdo, sempre olhando para trás e com um passo mais apressado. Aliás nunca iria andar tranquilamente numa rua deserta, mesmo estando acompanhada.
    Eu não gostava de ter homens a minha cola, me seguindo o tempo todo, como meu antigo namorado fazia, mas nessa hora era o que eu mais pensava, uma companhia masculina. Se acontecesse algo não poderia fazer muitas coisa, mas eu não iria chamar tanta atenção como chamo quando estou sozinha.
    Minha casa não era tão perto, nem tão longe da parada. Eu tinha que andar uns dez minutos para chegar. Dobrei a esquina da rua que estava seguindo e vi ao longe, num boteco de esquina, bêbados sendo enxotados. Estava cedo demais para se fechar um boteco, mas creio que esses bêbado estavam atrapalhando ou não quiseram pagar a conta.
    Vendo uma situação de longe sempre imagino o que seja. Mas voltei para o meu foco; chegar em casa o mais rápido possível. Novamente pela calçada do lado esquerdo fui andando apressadamente, olhei para trás e vi do outro lado da calçada dois homens, bem vestidos, de gravata, provavelmente voltando de alguma audiência que durou o dia inteiro. O silêncio entre eles transpassavam para mim, o quão exaustivos fora o dia deles. Deu-me vontade de ir logo atrás deles, para ter um pouco de segurança. Mas quando olhei para trás de novo, eles já não estavam mais ali. Imaginei que o destino deles era naquela rua e eles entraram em alguma casa por ali.
    Com medo de não ter mais uma mísera companhia, andei mais rápido do que estava andando. Ouvi passos atrás de mim e quando olhei eram os dois homens de gravata:
_Onde pensa que vai boneca?
    Achei que era graça, por notarem que eu estava com medo, mas não era. De perto pude ver seus rostos, pareciam psicopatas, que transmitia vontade de fazer algo diferente naquela noite. E eu achando que poderia ficar segura ao lado deles.
                                                                                                                                          (...)
                                      Como o texto é muito grande resolvi dividi-lo por partes.
                   

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