quarta-feira, 23 de março de 2011

A hora mágica.


                                     
O campo era vasto e a vista da varanda dava para uma bela paisagem. Sentada numa cadeira, pousando os olhos sobre um livro, eu lia. Às vezes desviava o olhar para admirar o quadro real que estava à minha frente. Não sabia o que me atraía mais, pois os dois eram-lhe propícios para o momento e para o tempo. Desisti de ler; a paisagem me chamou a atenção. O céu estava cinza, mas havia algumas brechas azuis e os raios solares escapavam por entre as nuvens. Decidi então admirar mais de perto aquele contemplamento que natureza estava me proporcionando. Desci às pressas as escadas da varanda, porém parei no último degrau. Senti uma pequena brisa tocar-me a pele e respirei profundamente aquele ar puro que adentrava em minhas narinas. Tirei meu chinelo e pisei na grama com os próprios pés. Senti a grama e a terra úmida, corri pelo campo, saltitando. Meus cabelos agora esvoaçavam com o vento. No meio do caminho encontrei um tronco caído; deitei-me no chão e repousei minha cabeça naquele tronco. Minha alma sorria. Ela enfim sorria. Ao longe, via o sol se escondendo por trás das montanhas. Apreciei, com os olhos brilhando, aquele belo momento. Sentia-me bem; sentia que tudo aquilo era um grande presente enviado pelo Todo Poderoso. Adormeceu onde se encontrava, na esperança de, no dia seguinte, contemplar mais uma vez aquela hora mágica.

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